quarta-feira, 2 de março de 2011

Educadores e o Meio Ambiente

A autora Maria Esther Pereira Flick diz: O educador, enquanto profissional da educação, no exercício da sua função tem um grande desafio para o Século XXI: a formação da consciência ambiental dos alunos e, no desenvolvimento e exercício da sua cidadania, através da transformação dos próprios paradigmas e conceitos, de uma escola formadora e transformadora – onde os conceitos se desenvolvam através do trabalho escolar.As comunidades escolares em que os profissionais adotem práticas e abracem ações tradicionais e conservadoras de ensino, que não têm como foco essencial as amplas questões ambientais, que não se acercam sobre considerações do meio ambiente e apresentem sugestões didáticas praticáveis nas séries iniciais do ensino fundamental – propícias à formação e desenvolvimento da consciência ambiental de crianças e adolescentes, não estarão preparadas para os desafios inerentes ao modelo de ensino que a dimensão ambiental reclama.Nessa conjunção, a relação aluno/professor é redefinida em função dos conhecimentos característicos dos profissionais de educação e o novo perfil didático-pedagógico que deverá ser imprimido por esses ensinamentos.
Para Weid (1977, p. 84),
“é preciso intervir em processos de capacitação que permitam ao professor embasar seu trabalho com conceitos sólidos, para que as ações não fiquem isoladas e/ou distantes dos princípios da Educação Ambiental.”
Ou seja, o profissional de educação que se capacite em Educação Ambiental, pressupostamente, deve ser capaz de aplicar práticas sóciopedagógicas, não só no seu ambiente escolar, mas, em qualquer segmento da sociedade, com o escopo que se estabelece na temática ambiental.No ensino fundamental, as habilitações dos professores são oriundas das secretarias, as quais desenvolvem projetos relativos aos procedimentos pedagógicos – metodologias, relação aluno/professor, conteúdos programáticos desenvolvidos, correlação estabelecida com outras áreas de conhecimento, dentre outras atividades. Requer formação continuada, bem como um projeto pedagógico altamente delineado. Todavia, o formato como os currículos são oferecidos, ainda não permitem uma maneira flexível para que os profissionais possam implementar a dimensão ambiental em sua aulas. É, essencialmente, importante observar que, os profissionais em exercício, normalmente, trazem uma formação tradicional, clássica – contexto em que detêm conhecimento e que o aluno é um mero espectador.
Acatado como o “pai da Educação Ambiental”, o escocês Patrick Geddes (1933), já divergia da metodologia utilizada pelas unidades escolares, em que os alunos eram reportados do seu ambiente natural, para um mundo de conhecimentos “deslinkados” e fragmentados de sua realidade. Esta intervenção ainda traduz a realidade vivenciada através das metodologias de aprendizagem da atualidade, valendo observar que, o caráter que se reveste esse estilo de capacitação dever-se-á tornar indispensável uma reformulação metodológica, conceitual e curricular.
Autores como Pelicioni e Philippi Jr. (2005), salientam que “não existe Educação Ambiental se ela não se efetivar na prática, na vida, a partir das necessidades sentidas”.
Sabe-se que, o bom mestre é aquele que provoca questionamentos – muito mais do que aquele que municia os alunos de respostas. Docentes com essa postura embotada tendem a se diluir em sua própria mediocridade, dando lugar a educadores que inquietam, que aguçam, que estimulam o imaginário ambientalista dos alunos, levando-os reflexões que proporcionem a edificação e consolidação de respostas para os conflitos socioambientais do nosso planeta.

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